Autocrítica: uma das maiores fontes de adoecimento mental

Ana Luisa
Ana Luisa

Psicóloga

       Você sabia que quanto mais se critica, mais contribui para quadros de estresse e ansiedade?

       Por muito tempo a crítica foi e ainda tem sido utilizada como ferramenta  de “motivação” e “incentivo” em muitos meios (principalmente no âmbito familiar): “ainda não está bom o suficiente”, “você pode fazer mais que isso”, “se você não alcançar determinada nota, vai ficar de castigo”, entre outras colocações. 

       Essas duras críticas são internalizadas e contribuem para que, quando adultos, nós sejamos os próprios meios de manter essa violência acontecendo, através da autocrítica. Os comentários autodepreciativos, a dificuldade de sentir-se seguro com os próprios feitos e de se valorizar são reflexos dessas vivências, além de que se tornam um mecanismo de defesa: “vou me criticar antes que você o faça”.

       Essa forma distorcida de autocuidado é perigosa porque além de te deixar presa à ideia de que você não pode falhar nunca e te impedir de tentar fazer as coisas, te adoece ao você se colocar o tempo todo sob estado de tensão, podendo resultar em estresse crônico e ansiedade, de forma que o seu corpo libere altos nível de cortisol (hormônio do estresse) sem necessidade e podendo contribuir para o agravamento de doenças físicas e até mesmo mentais. 

       A autocrítica saudável é aquela que contribui para reflexões importantes que possam vir a motivar e promover mudanças – “errei aqui, mas posso me aprimorar e fazer diferente na próxima vez!” – enquanto a autocrítica disfuncional é aquela que afeta a autoestima e a qualidade de vida das pessoas. Nesse caso, é fundamental compreender seu funcionamento e, antes de se criticar por ser assim, se acolher e construir de forma gradual uma forma de mudança desse comportamento. 

       Comece humanizando suas falhas, buscando soluções práticas e sendo mais gentil consigo mesmo!